Desmatamento cultural no Brasil
Desmatamento cultural no Brasil
Definição e práticas viáveis para a contenção de seus danos em grande escala
Recentemente fora levantado o debate acerca do chamado “desmatamento cultural”. No entanto, pouco se falou sobre o que realmente isso significa. Afinal de contas, a compreensão da fala possui diversas vertentes de acordo com a bagagem e afinidade sociopolítica de cada leitor/ouvinte.
De fato, a chamada agricultura de corte e queima é uma prática que existe há milhares de anos. A técnica se faz por cortes e queimas de árvores e plantas em florestas para a criação de campos abertos. Tipicamente ocorrem sem o auxílio de tecnologia ou ferramentas específicas, ocorrendo como parte da agricultura de cultivo em mudança e para a criação de gado.
No entanto, essa prática não se enquadra como sustentável. Apesar de alguns estudos apontarem que quando praticadas sob baixa densidade populacional, pode promover a biodiversidade local e a subsistência de populações rurais menos favorecidas. A agricultura de corte e queima também, diante do debate político e acadêmico, contribui para os efeitos do desmatamento, impactos ambientes e socioeconômicos.
Isso porque, sem árvores e plantas, a qualidade do solo se torna frágil. E assim, os produtores agrícolas devem repetir o processo em solo virgem. Ou seja, a consequência das mudanças no uso do solo por conta da intensificação dessa prática agrícola e do aumento demográfico comprometem a sustentabilidade desse sistema agrícola tradicional.
A constatação dos impactos negativos da prática de corte e queima evidencia a necessidade de promover alternativas viáveis para a produção agrícola nas áreas degradadas. Muitas alternativas estão disponíveis com características para transição agroecológica e sua adoção seria benéfica, também, pela implantação de estratégias de valorização socioeconômica.
Dentre elas, a Fruits of the Amazon propõem um reflorestamento por árvores frutíferas. Essa escolha visa a revitalização dos solos degradados e a manutenção das áreas desmatadas. Dessa forma, é possível, e viável, administrar os efeitos do aquecimento global, desenvolver a população local e diminuir os danos provenientes do desmatamento cultural por corte e queima.
Texto e edição: Leonardo Sevilhano